segunda-feira, 22 de julho de 2019
Analise Knights of the Zodiac. O Cavaleiros do Zodíaco da Netflix
Olá a todos, esse final de semana estreou os cavaleiros do zodiaco na netflix, conhecido como Knights of the Zodiac, se gostarem da minha analise, poderei fazer mais posts como esse no meu blog.
Essa analise terá spoilers do anime, se não viu, veja primeiro, depois vem pro meu blog.
Quando falamos de reboot, ficamos muito apreensivo, afinal uma obra que você gosta muito e ama de paixão é mudado drasticamente, muitas vezes tirando da essencia do autor, inserindo uma nova essencia, o ponto de vista do roterista, do que ele pensa da obra e colocando como ele gostaria que a obra fosse, como se ele é o autor. Tem pessoas que ficaram fã do anime, game, filme por causa de uma determinada coisa, mas em um reboot, o diretor pensa que isso é descartavel e não representa a obra. Um caso muito conhecido foi Castlevania, uma franquia que possuia uma atmosfera de terror gotico, onde um clã de caçadores de vampirios Belmonts invade um castelo enfrentando demonios, até enfrentar o Conde Dracula se transformou em uma ambientação fantasiosa e épica onde ao invés de demonios, tinha fadas, titans, orcs e entramos em bosques e templos com Castlevania Lords of Shadows, Já fiz até uma analise dele aqui. Em 007, uma franquia com mais de 50 anos de historia, onde um agente secreto James Bond com fama de galã, mulherengo e usa acessorios mirabolantes contra vilões que querem destruir o mundo, se transforma em uma pessoa nem um pouco galantico, menos charmoso e mulherengo e os acessorios são limados em Cassino Royale. Nem devemos esquecer o caso Emo-Dante em DMC: Devil May Cry.
Knights of the Zodiac vimos uma terceira tentativa da Toei Animation em transformar em uma franquia de muito sucesso na europa (França principalmente) e na america latina (Brasil principalmente) em agradar o publico atual (geração nutela) e principalmente o publico estadunidense (caso não saibam Os Cavaleiros do Zodiaco chegou muito tarde por lá e ainda fizeram edições e censuras toscas pela DIC). As outras tentativas foram Omega onde colocaram uma nova geração de Cavaleiros, enquanto Seiya está mais velho, sendo promovido a cavaleiro de Sagitario; Lendas do Santuario também apareceu em uma versão mais moderna e armaduras tecnologicas. Porem ambos foram fracassos, por mudar drasticamente a obra original e atentar contra a boa imagem da seríe classica. Já o novo anime da Netflix ultiliza a mesma proposta dos outros dois e comparado com os outros dois, esse se saiu muito melhor que os outros dois, devo dizer que até mesmo melhor que o anime e o mangá classico. Antes que um cagador de regra de Saint Seiya venha aqui, devo dizer que fiz 2 cosplays desse anime e tenho uma coleção dessa saga.
O novo anime dos Cavaleiros do Zodiaco começa com um filler, somos apresentados um personagem exclusivo Vander Graad (nome vindo da fundação Graad do anime classico) ex-parceiro de Mitsumasa Kido que após Aioros de Sagitario entregar a reencarnação da deusa Atena, acredita que não há a necessidade de cavaleiros e ele pode defender o mau dos deuses Poseidon e Hades com sua tecnologia e armas, devido a uma profecia que Atena iria perder a luta. Já Mitsumasa não acredita na profecia e que o mundo ainda precise de cavaleiros e procura pessoas que despertam o cosmo no mundo inteiro para se tornarem guardiões e encontra Seiya (que procura pela sua irmã Seika que é levado pelo cavaleiro de Leão Aioria) que despertou durante uma briga na rua, Kido convence Seiya de ir ao Santuario.
A partir do segundo episodio a trama já lembra bastante o anime e mangá classico e já notamos diferença, Shina de Cobra aparece sem sua mascara, provavelmente para evitar problematizações, pois no original é dito que as amazonas eram proibidas de serem cavaleiros de Atena, sendo esse exclusivo para os homens e para burlar essa regra precisa usar uma mascara (uma curiosidade essa regra foi colocado pelo Kurumada como protesto da Shounen jump, pois o mesmo queria colocar amazonas no mangá, mas a editora foi contra). O torneio galatico mudou também, ao invés de uma arena no coliseu, com uma multidão, vimos uma luta secreta no subterraneo desertico, com a mesma regra, o guardião que vencer, será o portador da armadura de ouro de Sagitario.
Uma coisa que tem no mangá, porem que não foi explorado e no anime limou completamente, foi do Hyoga vilão, onde recebe uma ordem do santuario de eliminar os cavaleiros do torneio galatico que estão infligindo a regra de usar a armadura por questões pessoais. Nesse novo anime foi bem melhor explorado, tanto que Hyoga quase mata Saori Kido, porem a mesma convence ele de não matar. Durante a luta dos cavaleiros, ouvi criticas que o rimto do anime estava muito acelerado em comparação ao anime classico, porem devemos lembrar que nessa época, o anime fazia de tudo para enrolar, para não alcançar o mangá que ainda estava no começo na época, se houver uma nova adaptação do mangá, com mais fidelidade ao quadrinho, teria o mesmo ritmo acelerado do novo anime. Então se forem reclamar disso, por favor menos.
Outra novidade que apareceu foi o alivio comico da seríe, não que elas não tinham no classico, mas elas foram muito bem encaixadas, lembra muito as piadinhas dos filmes da Marvel.
Após o final do torneio galatico, que na verdade foi interrompida pela chegada do Ikki de Fenix ao roubar a armadura de sagitario, somos apresentados os cavaleiros negros, aqui novamente superior a obra classica, pois eles são armaduras tecnologicos criados pelo Vander Graad em um misto dos cavaleiros de aço, ultilizado por pessoas que despertaram o cosmo, porem não obteve exito em conseguir as armaduras de Atena. No original ambos não foram explorados o que são de fato os cavaleiros negros. O que se sabe é que são prototipos de armaduras que foram rejeitadas e foram usados por pessoas que não conseguiram se ingressar no Santuario. Um dos portadores das armaduras negras é ninguém mais que Cassius que Seiya derrotou para conseguir a armadura de Pegasus. Assim como no classico, por mais que os cavaleiros negros sejam fracos, Seiya tem uma luta dificil, após derrotar novamente Cassius, ele fica exausto e cai no chão. Embora no antigo Seiya quase morre devido os meteoros negros que infectam o seu corpo.
Finalmente temos a luta final, entre os cavaleiros contra Ikki de Fenix, este é quase semelhante ao anime, a unica diferença é que a armadura de sagitario ajuda Seiya em defender os ataques de Ikki, mas infelizmente sem fazer com que ele se vista; A motivação do Ikki ter se virado contra os cavaleiros foi quase semelhante ao anime, Ikki ficou com traumas devido o treinamento para obter a armadura e nela surge Shaka de Virgem que também faz a cabeça do recêm cavaleiro de fenix.
Após Seiya derrotar Ikki, ocorre um desmoronamento da caverna, devido a errupção do vulcão e logo surgem Misty de Lagarto e Marin indo em direção aos cavaleiros de bronze para eliminar e assim finaliza o anime.
Pelo que pude perceber o anime segue bem tanto o anime classico, quanto o mangá, tem muita coisa que lembra os dois, existem até diversas homenagens que quem é fã pode reparar, os personagens também tem as mesmas características, Seiya tem o objetivo de encontrar a sua irmã, de inicio não aceita muito bem a ideia de ser um cavaleiro, Shiryu é muito sabio igual ao anime antigo, só há uma única parte que ele remove a armadura, Hyoga começa como vilão, mas depois vira aliado e também visita o tumulo da sua mãe no fundo do mar congelado, Ikki também é vilão conforme foi no começo do anime classico, onde tinha interesses pessoais, embora eu prefiro o Ikki do mangá, nas motivações dele ser o vilão.
Agora vamos a treta, vamos falar da Shun. Eu entendo as motivações do roterista Eugene Son em mudar o sexo do personagem Shun, para que haja mais representividade na obra, pois se você analisar de forma critica Saint Seiya não era um bom exemplo em termos de representividade (em termos de feminismo), muita gente gostava do Shun por ser um personagem mais delicado e que não usava da violencia, ultilizando mais da defesa, do que o ataque. Transformar em mulher foi uma afronta tanto para os fãs, quanto para os otakus. Entretanto a personagem Shun como mulher funcionou muito bem no anime, pois o anime abordou temas como defesa pessoal, no passado da Shun. O anime conseguiu transformar o que era problema em algo positivo, fazendo com que mais pessoas se interessem mais pelo anime, eu espero que se houver uma 2º ou 3º temporada que façam mais personagens representativos como personagens LGBT e negros.
Finalizando o anime por ser um reboot é natural que haja estranhamento, já tive meus momentos de revolta no caso de Castlevania e Devil May Cry, mas ao contrario do primeiro, a Toei sempre vai produzir animes voltado aos fãs de hardcore como por exemplo Soul of Gold (que foi um fanservice para os fãs de Saint Seiya em colocar os cavaleiros de ouro como protagonistas na saga mais elogiada que foi a de Asgard) e Saintia Sho, embora eventualmente a Toei vai investir e vai continuar a tentar fazer que uma de suas marcas faça sucesso com os estadunidense e haja renovação de publico em fazer remakes, reboots, adaptar sagas paralelas não canônicas. Por isso se aparecer um reboot ou uma historia que contradiz muito da seríe original, tenha a mente aberta que esse anime não foi feito para você, porem mesmo assim tente incentivar e indique esse anime para quem nunca viu Cavaleiros do Zodiaco na vida (você precisa entender que o anime classico é datado), pois quem sabe assim pode abrir portas para adaptar o Next Dimension, Episodio G, Episodio G Assassins ou até mesmo uma terceira temporada do Lost Canvas? A Toei pode até adquirir os direitos do mangá, prosseguindo do ponto onde o anime da TMS parou, pois para ela Saint Seiya é um dos animes mais lucrativos e sua linha de brinquedos não mente.
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